Espera-se que não venha ser uma nova tendência do show business nacional, a reinvenção ou ressurreição de artistas queridos que já nos deixaram, através de tecnologias de impacto, mas carregada de uma morbidez incompatível com o clima de farra e celebração presentes em qualquer show.
Assim, cria-se em estúdio uma imagem tridimensional do artista que se
quer homenagear, a partir de fotografias escolhidas. Em seguida esta imagem é
transformada em holograma que projetada em um espelho na superfície do palco, é
sobreposta em imagens em movimento, previamente selecionadas, criando uma
animação do artista com fidelidade assombrosa, de assombração, o ídolo
interagindo com convidados, fisicamente vivos, no palco.
Vi, recentemente, no programa Metrópolis da TV Cultura trechos de um show em homenagem a Cazuza em que ele aparece no palco em dueto com outros artistas ou
sozinho que é impressionante, de arrepiar. Algo do outro mundo, mesmo, menos
para a plateia que em delírio se manifestava ovacionando o grande artista que
por uns momentos deixou de ser saudade, para se materializar ressuscitado como
um cristo profano.
Cópia do que se faz na área de entretenimento dos Estados Unidos chega por aqui, mas que
não se popularizará, até para evitar a banalização, em função do alto custo da
criação destas imagens em holograma, como quem dissesse deixem os mortos em
paz, a sua visita ou volta só nas sessões espíritas, nos jogos de búzios, nas
cartomantes, nas tendas dos orixás. Amém!
Foto: Cazuza
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