Há poucas semanas atrás, mirar a paisagem em volta da cidade era a contemplação de um cenário desolador, marcado por restos de vegetação queimada, esturricada sob a intensidade do sol, a terra exposta e nua como um flagelado da seca que atingia ambos, no mesmo clamor. A esperança do verde se espalhar na plantação era o que restava ao pequeno proprietário de sítios e minifúndios, criadores de poucas reses com os olhos fundos lançados ao céu em busca de uma nuvem qualquer que lhe trouxesse alento, que prenunciasse a chuva.
E ela chegou, não importa agora por não ter
vindo antes, tão benfazeja que é a chuva em qualquer momento da vida
nordestina. Nestas poucas semanas desde a sua chegada, tudo se transformou. A
paisagem cinzenta e triste vai dando lugar a uma outra verdejante a cercar
a cidade, trazendo de volta a beleza perdida nos descaminhos da seca. Rios
correndo, açudes transbordando e a fartura esperada nos grãos de milho, feijão,
andu, mangalô, nos pés de hortaliças, nos derivados da mandioca em tudo que é possível
nesta agricultura de subsistência que alimenta a cidade.
Bom que a chuva esteja chegando silenciosa e constante,
até o momento, sem os arroubos de destruição e medo que experimentam outras
cidades brasileiras, da qual nossa Lajedinho,
por aqui, nesta mesma trilha da Chapada
Diamantina, se viu tragada por um temporal arrasador, após tantos meses de
seca, tanto tempo esperando o que Jesus
prometeu.
Foto: Ilustrativa
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