sábado, 21 de dezembro de 2013

Chove chuva, mas devagar!


Há poucas semanas atrás, mirar a paisagem em volta da cidade era a contemplação de um cenário desolador, marcado por restos de vegetação queimada, esturricada sob a intensidade do sol, a terra exposta e nua como um flagelado da seca que atingia ambos, no mesmo clamor.  A esperança do verde se espalhar na plantação era o que restava ao pequeno proprietário de sítios e minifúndios, criadores de poucas reses com os olhos fundos lançados ao céu em busca de uma nuvem qualquer que lhe trouxesse alento, que prenunciasse a chuva.

E ela chegou, não importa agora por não ter vindo antes, tão benfazeja que é a chuva em qualquer momento da vida nordestina. Nestas poucas semanas desde a sua chegada, tudo se transformou. A paisagem cinzenta e triste vai dando lugar a uma outra verdejante a cercar a cidade, trazendo de volta a beleza perdida nos descaminhos da seca. Rios correndo, açudes transbordando e a fartura esperada nos grãos de milho, feijão, andu, mangalô, nos pés de hortaliças, nos derivados da mandioca em tudo que é possível nesta agricultura de subsistência que alimenta a cidade.

Bom que a chuva esteja chegando silenciosa e constante, até o momento, sem os arroubos de destruição e medo que experimentam outras cidades brasileiras, da qual nossa Lajedinho, por aqui, nesta mesma trilha da Chapada Diamantina, se viu tragada por um temporal arrasador, após tantos meses de seca, tanto tempo esperando o que Jesus prometeu.  

Foto: Ilustrativa 

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