Na primeira e única vez que fui a São Paulo, lá pelo inicio dos anos 80,
conheci o teatro Lira Paulistana que
abrigava em sua programação, o que mais tarde viria a ser conhecido como a
vanguarda musical paulista, já que por ali passaram e iniciaram uma carreira
artística o Itamar Assumpção, Grupo Rumo,
Eliete Negreiros, Ná Ozzetti, Cida Moreira, Tetê Espíndola e até bandas de
rock como Ira, Titãs, Ultraje a Rigor
soltaram os seus primeiros acordes lá.
Fiquei hospedado em Pinheiros, em casa de familiares, o que facilitou a minha locomoção
por bares e espaços culturais no centro da cidade. Lembro de ter ido ao Lira caminhando o que seria pouco
recomendável nos dias de hoje, não só em São
Paulo, mas em qualquer grande cidade brasileira. Os poucos dias que fiquei
na cidade foram suficientes para conhecer os restaurantes, bares e botecos da Henrique Schaumann, o Morumbi, visitar Ed em casa do saudoso João
Resegue, no Jardim Europa, o Shopping Eldorado, recém inaugurado
enfim, dei uns bordejos por aí.
Quanto ao Lira,
vi o show de Passoca e a
apresentação de talvez seu único sucesso, a dolente e bela Sonora Garoa, bem como a performance do grupo Premeditando o Breque com uma espécie de música cantada e falada
que algum tempo depois a Blitz
incorporaria como sua característica musical. Leio que a história da simpática
casa de espetáculo paulista, a Lira Paulistana,
foi transformada em um filme documentário, narrando desde a sua transformação
de um antigo depósito de ferragens para um pequeno teatro em formato de arena
que revolucionou a cena musical paulista na década de 80. Quando pintar nas
telas da cidade estarei na plateia, como estive, uma só vez, no Lira Paulistana.
Foto: Fachada do Lira Paulistana
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