sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Chico, o mortal.

O escritor e historiador Francisco Alambert em seu livro a ser lançado, brevemente, “História do Brasil para Ocupados”, faz algumas confidências surpreendentes acerca de personalidades de nossa vida cultural e artística. Uma destas histórias foi revelada por Sérgio Buarque de Holanda, pai do cantor e compositor Chico Buarque, que conta ter seu filho feito um bilhete para a sua vó, aos 08 anos de idade: “Vó, vou para a Itália. Quando eu voltar, provavelmente a senhora estará morta. Mas, não se preocupe. Eu vou me tornar cantor de rádio. É só a senhora ligar o rádio do céu que vai me escutar”. Um humor meio cáustico, para quem tem apenas oito anos, mas não deixa de ter uma graça mórbida, politicamente incorreta, para uma criança..

Outras revelações são feitas pelo pai de Chico, já como observações suas a respeito do talento de seu filho “que desde menino, sempre se interessou por música e futebol. Seus ídolos eram Ismael Silva, Dorival Caymmi e Ataulfo Alves. Mais tarde, João Gilberto, de quem procurava imitar o estilo. Não obstante todo o sucesso, o qual não lhe provocava muito prazer, é bem capaz de Chico largar tudo isso e partir para outra coisa qualquer”. Chico não partiu, nem largou, melhor assim, quando as previsões dos pais erram o destino dos filhos, pois quem sabe não sonharíamos “com o tempo da delicadeza, onde não diremos nada, nada aconteceu, apenas seguirei como encantado, ao lado teu”.

Foto: Chico Buarque

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