Em Morro
do Chapéu peguei de modo aleatório um livro na estante da casa da cunhada,
onde sempre fico, e caiu nas minhas mãos primeiro exemplar de Histórias de Piritiba que depois de
tanto tempo voltei a reler e ri. Considero, talvez pelo início de se constituir tempos depois, em uma trilogia, o melhor que seus autores conseguiram, em que
modestamente me incluo, não que depois daí, nada de novo tenha se justificado,
claro que não, mas pelo fato de ter sido uma especie de fecho do cerco que diz
o dito popular, "todo homem tem que ter um filho, plantar uma árvore e escrever
um livro". Não necessariamente nesta ordem.
Tudo aquilo em que contribui naquelas
histórias foi escrito longe de lá, até porque as lembranças boas e más não
guardam raízes com o lugar, o espaço físico onde elas aconteceram, mas grudam
feito chiclete em nossa memória que o fato de escrever torna-se um exercício de
exorcizar demônios ou buscar sentido para aquilo em que acabamos por nos
transformar.
Hoje, vivendo temporariamente por lá, e o mal
estar que me causa permanecer em breves dias por lá, não me motivaria mais para
novas empreitadas, a fonte secou e o que restou foram águas turvas de um riacho
que insiste em não morrer. Ando em seus lugares feito um zumbi, como nas raríssimas
vezes em que contemplo sua praça principal, vejo fantasmas, doces e ternos
como Quinzinho, Dona Carmú, Antonio
Venceslau, Dona Amélia, José Neves, Davino Thieres, Dona Amelinha, Miranda,
Professor Osvaldo, Dona Jola, Seo Silvano, Dona Francisca, Dona Adélia, Ioiô
Santana, Dona Maria, Seo Vicente, Josué, Dona Anita, Seo Inácio e Julita, Seo
Aderito, Dona Rute e mais. Certa manhã acordei de sonhos intranquilos.
Foto: Ilustrativa
Nenhum comentário:
Postar um comentário