O jornal O
Globo, edição de ontem, trouxe na primeira página de seu Segundo Caderno reportagem de página
inteira sobre Ygor Kanário pagodeiro
arrependido do carnaval baiano, que passou de baderneiro, proibido de se
apresentar por dois anos no Carnaval, a queridinho da folia, protegido do
prefeito ACM Neto. O que é a
natureza!
Para quem se diz porta voz da periferia, dos
marginalizados, dos pobres e pretos das favelas da cidade soa estranho receber
a reportagem do jornal carioca na cobertura de um prédio de alto padrão no Jardim Armação, em Salvador, a quem revela que desde criança já demonstrava sinais de
liderança nas quebradas da periferia da capital baiana.
A razão do sucesso nasceu polêmica. “Tudo
nosso, nada deles”, música mais comentada do carnaval baiano, vem do bordão
usado em disputas de facções, que ele assume e se declara “barril dobrado”, gíria
que significa problemático. “Hoje estou melhor assessorado, mas essa coisa de
ser exemplo é difícil, mesmo que não queira tenho que me policiar por conta das
crianças e dos adolescentes”. Pode ser, mas para quem em 2012, ainda como
vocalista da banda A Bronka, cantava
versos como “pega o prato, faz a linha, dá um tiro na farinha” numa clara referência
ao consumo de cocaína, fica a dúvida até onde este rapaz pode ou quer chegar.
Foto: Igor Kanário
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