quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Seios e bundas escorrendo na avenida

Nesta temporada de caça aos espaços midiáticos, as sub-celebridades da televisão e as alpinistas de uma improvável carreira artística, não poupam silicone para elevar às alturas seios e bundas em busca de um corpo escultural, mesmo que o resultado assuste mais que embeleze passistas, rainhas de baterias e destaques em carros alegóricos das escolas de samba.
Talvez o peso leve dos anos turvem meus olhos para estas anomalias físicas em nome da beleza que terminam por me causar mais espanto que admiração. Sem contar a aflição que desperta o sacolejo de uma evolução radical na passarela do samba ou as armações de arame dos sutiãs, que sustentam aqueles pares assombrosos de melões ou jacas, viessem furar a pele que recobre os incontáveis mililitros de silicone, naquilo que um dia foram seios, e tudo viesse abaixo. Literalmente, escorressem pela barriga e pernas, inundando o asfalto comprometendo a harmonia da escola.

Assim como as bundas se de repente murchassem, engrossando ainda mais as malhadas coxas até a panturrilha, que por certo agradeceria a reforço no aparente volume muscular no carregamento daquela estrutura cujo equilíbrio depende da quantidade de silicone distribuída entre seios e bundas. Se não houver uma simetria entre a dosagem do componente químico entre as partes superiores e inferiores, a passista ficará fora do eixo e ao invés de samba ela poderá pender catatônica para direita ou esquerda sem qualquer sincronia com o samba enredo. Além do aspecto “corcunda de notre-dame” para frente ou para trás, a depender do desequilíbrio entre a “peitança” e a abundância. Mas, isto é lá com o carnavalesco ou outra maluca qualquer.

Fotos: Ilustrativas

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