O jogo da informação. É por aí que se entende a
campanha da mídia em busca do impeachment. Os vícios do modelo político
brasileiro afetam todos os partidos. Mais ainda o governo FHC com a compra de votos e as operações ligadas ao câmbio e à
privatização. A gestão Joel Rennó
foi das mais controvertidas da história da empresa.
Ao tornar o noticiário seletivo, os grupos de
mídia conspiram contra o direito à informação, centrando todo o fogo em uma das
partes e blindando todos os malfeitos dos aliados. Ontem, a diretora da Central Globo de Jornalismo, Silvia Faria, enviou um e-mail a todos
os chefes de núcleo com o seguinte conteúdo:
“Assunto:
Tirar trecho que menciona FHC nos VTs sobre Lava a Jato. Atenção para a orientação. Sérgio e Mazza: revisem os vts com atenção! Não vamos
deixar ir ao ar nenhum com citação ao Fernando Henrique”.
O recado se deveu ao fato da reportagem ter
procurado FHC para repercutir as
declarações de Pedro Barusco – de
que recebia propinas antes do governo Lula. No Jornal Nacional, o realismo foi maior. Não se divulgou a
acusação de Barusco, mas deu-se todo
destaque à resposta de FHC, assegurando
que, no seu governo, as propinas eram fruto de negociação individual de Barusco com seus fornecedores; e no
governo Lula, de acertos políticos.
Texto: Luis Nassif
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