Odoyá!

A Festa de Iemanjá realizada no Rio Vermelho nesta segunda feira, dia 2 de fevereiro, foi o penúltimo evento do calendário oficial das festas populares de Salvador, que antecipa o grande o momento desta explosão festeira que é o Carnaval, a ser iniciado na próxima quinta feira, dia 12.de fevereiro. Aliás, dia 11, de hoje a oito, a Barra já ferve com a saída da banda do Habeas Copus, do bar do mesmo nome, que arrasta uma multidão pelas ruas do bairro com a orquestra do Maestro Reginaldo e sucesso de antigos carnavais. Não sei se ainda é algo imperdível, como já foi nos anos 70, quando o desfile era uma reunião de amigos e frequentadores do lendário bar, mas que deve guardar seu charme e um grande prazer próprio dos foliões..

Mas, na cidade, no dia 2 de fevereiro, me rendi aos apelos festeiros do sincretismo religioso e fui ao Rio Vermelho apreciar as homenagens a Iemanjá e discretamente colocar meu presente para a Rainha das águas. O calor e sol eram pouco estimulantes, em pleno meio dia, mas dava prá se transitar pelas proximidades do Largo da Mariquita, driblando as batucadas, os pais de santo com suas bancas de água de cheiro, galhos de arruda, pipoca, muita reza e descarrego pelo caminho. 

Comprei uma rosa amarela e ganhei uma guia de Oxalá, de presente, que logo atravessei no peito e me dirigi à fila do presente principal, no balaio localizado na colônia dos pescadores. Tarefa de índio. A fila dava caracóis e serpenteava desde o local até onde o trânsito era permitido e se espalhava pela área da festa sem se precisar onde era o seu término. 

A sede falou mais forte, uma lata de cerveja gelada naquele instante era imprescindível, o que me fez pedir a uma jovem obediente à fila, que levasse a minha rosa amarela até o balaio. Ela simpática atendeu o meu pedido que não sei se foi recebido por Iemanjá, que talvez exigisse de mim o mesmo sacrifício dos demais simpatizantes que desde cedo formavam a enorme fila. Quem sabe para o ano eu volte e, cumpra o ritual até o fim. Odoyá! 

Fotos: Ilustrativas