Mais uma vez o nosso cinema fica de fora da
festa do Oscar em uma possível concorrência
a melhor filme estrangeiro, dentro do espetáculo da cinematografia americana,
que em termos de mercado, significa do mundo. Quem sabe culpa nossa e dessa tendência
caça níquel, ditada pelas Organizações
Globo, com esta avalanche de comédias de seus artistas e por ela distribuída
por todo país, seu único e último mercado consumidor. Ou desta interminável
serie de documentários sobre nossos ídolos ou grandes personalidades (Tim Maia, Cássia Eller, Irmã Dulce, Chico
Xavier etc) que só a nós interessam e cobrimos a sua bilheteria, a quem Hollywood faz muxoxo ou nem isso.
Este ano, o filme escolhido pelo Ministério da Cultura, para representar
o cinema brasileiro, até que foi uma boa escolha e um bom filme, talvez não
para os padrões moralistas da Academia
de Críticos de Hollywood. O filme Hoje
eu quero voltar sozinho trata de um adolescente cego de 15 anos que busca
ser independente em uma sociedade protetora e acaba por se apaixonar por seu
amigo Gabriel, estudante do ensino
médio como ele, ao tempo que desperta interesse também por sua colega Geovana.
Não é um filme cuja temática
seja homossexual, mas que acompanha a descoberta da sexualidade dos garotos de
modo sensível, numa linguagem universal e compreensível em qualquer país do mundo.
Hollywood não viu nada disso, tanto
que não selecionou o filme do Daniel
Ribeiro para a disputa de melhor filme estrangeiro.
A nossa compensação deste complexo de Oscar, poderia ter vindo com o
documentário Sal da terra, filme
sobre o fotógrafo brasileiro Sebastião
Salgado, dirigido por seu filho Juliano
Salgado e o consagrado diretor alemão Win
Wenders, mas que acabou sucumbindo diante do filme sobre o vazamento de
segredos americanos por Edward Snowden. E
assim continuamos órfãos do Oscar.
Foto: Hoje eu quero voltar sozinho
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