domingo, 28 de dezembro de 2014

Cacos de amor

Por obrigações profissionais junto à empresa onde trabalhei, sempre estive em diligência no Cartório do Sexto Oficio de Notas, no Comércio, dirigido com prudência, sabedoria e rigor por Dra. Ivanise Varela. Ali, além de autenticações de documentos e reconhecimento de firmas, são lavradas escrituras de imóveis, confeccionados testamentos, consumadas separações através do divórcio entre outras atividades inerentes ao oficio. Já presenciei, ainda que de forma polida e sem agressões, alguns bafafás de casais, antes do desenlace definitivo do casamento com a assinatura do termo sobre a mesa.

Mas, nada se iguala ao chororô de um casal antes de por o preto no branco, ao colocar suas assinaturas no papel, pondo fim a sua união conjugal. Segundo Dra. Ivanise ao chamar um casal, em processo de divórcio, para sua sala e colocá-los a sua frente, entregando a cada um a cópia do termo de sua desunião, perguntou se cada um tinha refletido sobre aquilo que eles agora iriam definir para suas vidas, se era consenso e coisa e tal. 

Prá quê? Movidos talvez pelo mesmo sentimento de dúvida e de restos de amor, caíram ao mesmo tempo em prantos convulsivos para surpresa da Doutora, de seus funcionários e de presentes que aguardavam atendimento. O chororô foi tanto que comprometeu a legibilidade e autenticidade do termo sobre a mesa onde eles deveriam colocar suas assinaturas e rubricas. O casal foi colocado em uma sala em separado para uma derradeira conversa sobre sua desunião, se era de fato prá valer e se havia algum indício de reconsideração da decisão que eles tomaram. Não havia, não houve e eles voltaram à mesa de Dra. Ivanise para consumar enfim a separação de vez, sem choro nem vela.   

Foto: Ilustrativa   

Nenhum comentário:

Postar um comentário