Não sei se foi a medida correta, mais sensata,
mas se alguém faz parte de um grupo de jovens, em geral heterogêneo e dispõe da
liberdade possível para se comportar dentro e fora de seu habitat natural, que
é o futebol, qualquer dia aparecem em campo de cílios postiços, brincos
esvoaçantes, perucas coloridas, enfim um carnaval nas quatro linhas. É certo
que os atletas, ao que se é dado notar, não dispõe de uma parte do corpo que se
possa aplicar uma injeção, por exemplo, que não se dê cara com a cara de uma
tatuagem ameaçadora ao fitar a seringa. Esta é uma das muitas excentricidades dos jogadores de futebol, em geral jovens antes dos trinta.
São jovens, ricos, alguns milionários,
bem sucedidos, cujo prestigio no mundo dos esportes é proporcional à extravagância
de suas apresentações dentro e fora dos gramados. Foi querendo disciplinar o
uso de certos badulaques e adereços em suas indumentárias que o nem sempre simpático
Dunga pois algumas limitações aos
atletas convocados para a seleção brasileira de futebol, sob o seu comando.
Nada de bonés, brincos entre outros acessórios, bem como manifestações políticas
e religiosas. Fica também proibido o uso de chinelo nos locais onde a seleção
estiver hospedada, uso de celular Ipad, laptop durante as preleções, refeições
e vestiários, além de cantar o hino nacional e respeitar o hino dos outros. O
jeito Dunga de ser, se bem que
algumas proibições fazem sentido, como a de cunho religioso, para não virar o
circo em que foi transformada a seleção de 2010,
em que o mesmo Dunga era o
treinador, mas que tinha no seu auxiliar Jorginho,
uma espécie de pastor evangélico para que num ato profético conduzisse o seu
rebanho à vitória. Deu no que deu, como os holandeses sabem.
Foto: Ilustrativa
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