Para comemorar os seus 10 anos como contratada
da gravadora Philips, em 1974, portanto há 40 anos, a grande intérprete Elis foi contatada pelo diretor Roberto Oliveira, que lhe sugeriu um
disco com Tom Jobim a ser gravado
nos Estados Unidos. Feito os
contatos, ambos concordaram com a ideia e ali estava surgindo um dos 10 discos
mais importantes da música brasileira, reverenciado em várias partes do mundo.
Só que o parto foi bem mais doloroso que o enorme prazer da cria, como atestam
as cinco horas de gravação feitas pelo Roberto
Oliveira e que ainda hoje permanecem guardadas em um precioso baú, tanto
nas telas do cinema como em caixas de DVD, por divergências quanto a exclusividade
das imagens pelos herdeiros-familiares de Elis & Tom.
Estas imagens ainda inéditas revelam momentos
de tensão nos estúdios e mesmo na chegada de Elis aos Estados Unidos
com seu então marido o arranjador César Camargo
Mariano, além do guitarrista, baixista e baterista que faziam parte do grupo
que sempre lhe acompanhava. Tom Jobim
não se mostrou muito satisfeito com a presença do arranjador com quem não
mantinha qualquer identificação musical, bem como pela presença de guitarras
nos arranjos que possivelmente maculariam a textura de suas doces melodias.
Preconceito, conforme se depreende de extraordinário resultado. São deduções
que talvez as imagens desmintam ou não, como a confirmação de que Elis, perfeccionista como de costume,
queria refazer trechos das gravações já realizadas em estúdio, com o que não
concordava o maestro Tom Jobim; coisas do temperamento irascível da nossa
grande estrela. Quem já leu o Furacão
Elis, da Regina Echeverria, sabe
muito bem. Que as famílias cheguem a um consenso e que possamos ter acesso a
pelo menos parte destas várias horas de gravação que resultou no primoroso
disco Elis & Tom.
Foto: Elis e Tom
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