O recente levantamento publicado pela “Folha de S.Paulo” sobre despesas de
publicidade do governo federal, nos últimos 14 anos, 12 dos quais sob o comando
do PT, é, ao mesmo tempo, um espanto
estatístico e um desalento político. Foram 15,7 bilhões de reais despejados,
prioritariamente, em veículos de comunicação moralmente falidos e
explicitamente a serviço das forças do atraso e da reação. Quando não, do
golpe. O mais incrível é que 10 entre 10 colunistas cães de guarda da mídia não
perdem a chance de abrir a bocarra para, na maior cara de pau, acusar
blogueiros de receber dinheiro do governo para falar bem do PT.
Sem falar na Editora Abril, responsável pelo esgoto da revista Veja. Apesar do histórico de
invencionices, o balcão dos Civita faturou
quase 300 milhões (!) de reais de grana do contribuinte para produzir lixo tóxico
disfarçado de jornalismo. Isso significa que o negócio do jornalismo no Brasil, sempre tão ávido em apontar o
dedo para o governo, simplesmente, não vive sem o dinheiro da Viúva.
Esse levantamento reforça a
tenebrosa impressão de que os governos do PT
foram definitivamente dominados pelos oligopólios da mídia de forma a
garantir-lhes renda líquida e necessária, mesmo que a contrapartida seja a
fatura conhecida de todos: calúnia, difamação, injúria, mentiras, boatos,
assassinatos de reputação e ataques editoriais. Está bem claro quem são os beneficiários dessa
armadilha burocrática mantida intacta pelo Palácio
do Planalto.
E, é bom que se diga, isso nada tem a ver com regulação da
mídia, nem se inclui em qualquer dessas falsas polêmicas relativas a liberdade
de imprensa e de expressão – tão caras a moralistas e hipócritas a soldo das
empresas de comunicação.
Texto: Lenadro Fortes
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