Na rua onde moramos existe uma pizzaria com um
remanescente do que há de mais cafona e brega que a tecnologia foi capaz de
inventar nestes últimos anos: o karaokê.
O cara ou a cara não satisfeito em externar sua desafinação e mau gosto musical
entre as quatro paredes do box, vem expô-los a quem somente quis comer uma
pizza, tomar um vinho, uma cerveja. Deixar os seus ouvidos à salvo de berros,
desencontros e falta de sincronia entre o que mostra a legenda e sua desastrada
voz, correndo atrás como um maratonista ofegante.
O drama aumenta quando a vítima é um
“lenga-lenga” sertanejo ou um samba de pagodeiro “joia”, pois se um já é demais, imagina dois, três, a torcida do Vitória fazendo segunda voz, atropelando
outras vozes na intenção de ser a voz guia, aumentando a balburdia musical. Já
sugeri ao dono que ao invés dessa gritaria eletrônica, colocasse música ao
vivo, voz e violão algo mais audível; ele alegou questão de custo e a perda de
uma clientela já fiel, e a minha frequência que já era pouca tende a
desaparecer. Então tá!
Foto: Ilustrativa
Nenhum comentário:
Postar um comentário