O jornal português PUBLICO, editado em Lisboa,
traz semanalmente um suplemento literário dedicado ao cinema, música,
comportamento, literatura com a profundidade analitica além do jornalismo
on-line, a exemplo do que já fizera alguns jornais brasileiros, mas que hoje
talvez se resuma a Ilustríssima da Folha ou o caderno Aliás, do Estadão, aos
domingos.
Recentemente o PUBLICO fez uma parceria com a Revista
da Cultura para a reprodução deste suplemento, o ipsilon, encartado à revista daquela livraria, o que já aconteceu
em maio, julho e agora em novembro deste ano. A interessante publicação tem
como linha editorial, entre outros aspectos, a manutenção das diferenças na
linguagem escrita e falada entre os dois países, sem querer adequar o português
de Portugal ao falado entre nós, já
que o propósito é o estreitamento destes laços linguísticos e culturais entre o
descobridor e a descoberta.
O número de novembro que recebi com o exemplar
da Revista da Cultura traz uma
reportagem sobre o fado após a morte da fadista Amália Rodrigues, há 15 anos, cuja grandeza e brilho inibiu o
surgimento de novas cantoras. Aliado a esta reverência ao mito da grande
fadista, há ainda uma forte carga conservadora associada ao período ditatorial
vivido por Portugal durante décadas e, expresso também em sua voz nostálgica
e passional.
O fado ainda traz esta melancolia, esta tristeza, mas com outros nomes
que buscam a modernidade, outras sonoridades para o fado e, o contato com a
música brasileira tem sido exemplar, como são os casos de Antonio Zambujo, da cantora Carminho
e Gisela João que iluminam a ainda
triste canção portuguesa.
Foto: ípsilon
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