Os nossos geniais escritores nem sempre tiveram
atitudes brilhantes assim como são seus escritos, romances, poemas, textos e
criticas a exemplo de Machado de Assis
que derrapou feio ao se tornar censor na corte do Imperador dom Pedro II. Como crítico de teatro foi alçado a
condição de censor do Conservatório
Dramático, órgão do Império
responsável em liberar o que podia e não podia ser visto pela sociedade da
época, conforme nos conta Leandro
Narloch em seu livro Guia
Politicamente Incorreto da História do Brasil.
Quem nos deu obras definitivas em nossa
literatura como Dom Casmurro, Memórias
Póstumas de Brás Cuba, O Alienista, bem que poderia ter nos poupado de
vexames como o seu texto censório sobre uma peça de teatro: “Não posso dar meu
voto de aprovação ao drama, visto a exaltação se faz da paixão diante do dever,
tal é o assunto, e tais as conclusões, que é um serviço à moral pública proibir
a representação desta peça. E se o pudor da cena ganha com essa interdição, não
menos ganha o bom gosto, que não terá à ilharga de boas composições esta que é
um feixe de incongruências e nada mais”.
Da arrazoada justificativa fica a corrida ao
dicionário em busca do significado de “ilharga” nas explicações em si, algo até
civilizado diante da grosseria dos censores pós-68 que simplesmente riscavam o texto com um enorme “X” sem nada dizer e estamos
conversados; quem não gostasse poderia fazer uma visita indesejada ao DOI-CODI ou a OBAN. A censura é um mal
desnecessário.
Foto: Ilustrativa
Nenhum comentário:
Postar um comentário