domingo, 14 de dezembro de 2014

Desistir de viver

Entre outras temas não sei teorizar sobre a morte, como tantas outras pessoas, exceto Zé do Caixão que fez de algo inexorável em nossas vidas, seu alimento, seu sustento, sua marca. Talvez por medo e respeito ao desconhecido, pela retirada de cena, por deixar e sentir saudades de pessoas que amamos pela vida inteira, enquanto ela durou.

Nestes últimos dias nos foi dado o exemplo de que a morte nem sempre é um acidente, um tropeço físico, mas a busca de um alivio para tormentos sofridos em vidas tão jovens. Se a morte é proveniente de algum debilidade física, orgânica ou causada por algum desastre na trânsito de qualquer cidade, nos causa revolta e dor, diferentemente do espanto e questionamento provocados por aqueles que abreviam suas permanências entre nós, se debatendo contra a própria vida, através do suicídio.

“Hoje são os jovens que adoecem”. As mortes recentes de jovens em Utinga, Porto Feliz e Salvador em circunstâncias desesperadoras nos leva a refletir sobre o desamparo dos que não conseguem compreender o mundo em que vivemos, onde as frustrações, a ânsia do sucesso e da realização desabam com a força das coisas inúteis. A comovente carta deixada pela bela jovem de Utinga a seus pais e irmãos, mostra uma firmeza de caráter que não foi suficientemente forte para ultrapassar obstáculos que a vida nos apresenta, e que a maldade humana continua destilando seu veneno contra o próprio homem. “O homem é o lobo do homem”

Foto: Ilustrativa

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