Entre outras temas não sei teorizar sobre a
morte, como tantas outras pessoas, exceto Zé
do Caixão que fez de algo inexorável em nossas vidas, seu alimento, seu
sustento, sua marca. Talvez por medo e respeito ao desconhecido, pela retirada
de cena, por deixar e sentir saudades de pessoas que amamos pela vida inteira,
enquanto ela durou.
Nestes últimos dias nos foi dado o exemplo de
que a morte nem sempre é um acidente, um tropeço físico, mas a busca de um
alivio para tormentos sofridos em vidas tão jovens. Se a morte é proveniente de
algum debilidade física, orgânica ou causada por algum desastre na trânsito de
qualquer cidade, nos causa revolta e dor, diferentemente do espanto e
questionamento provocados por aqueles que abreviam suas permanências entre nós, se
debatendo contra a própria vida, através do suicídio.
“Hoje são os jovens que adoecem”. As mortes
recentes de jovens em Utinga, Porto
Feliz e Salvador em circunstâncias
desesperadoras nos leva a refletir sobre o desamparo dos que não conseguem compreender
o mundo em que vivemos, onde as frustrações, a ânsia do sucesso e da realização
desabam com a força das coisas inúteis. A comovente carta deixada pela bela jovem
de Utinga a seus pais e irmãos,
mostra uma firmeza de caráter que não foi suficientemente forte para
ultrapassar obstáculos que a vida nos apresenta, e que a maldade humana
continua destilando seu veneno contra o próprio homem. “O homem é o lobo do
homem”
Foto: Ilustrativa
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